O formato eBook é libertador. Ele permite que o conteúdo inclua texto, imagem, sons, vídeos. Imaginemos as possibilidades: o eBook pode ser a arte de todas as artes, unindo, numa mesma obra, o cinema, a pintura/gravura, o livro.
Vamos agora para o campo dos negócios: o eBook é a oportunidade de ouro para as pequenas editoras. Sendo um arquivo digital, o eBook não tem o custo pesado do trabalho gráfico, nem de armazenamento. Também não tem custo de despacho via correios. A entrega é imediata, via internet.
Sendo a entrega imediata, as compras por impulso tendem a aumentar, ainda mais sabendo-se que o preço de uma obra digital é uma fração do preço da mesma obra em papel.
É claro que isso tem um outro lado, não tão agradável: cadeias produtivas estão sendo rompidas. As gráficas, que sempre prestaram um excelente serviço às editoras, grandes ou pequenas, terão seu lucro bastante reduzido. Softwares que foram muito utilizados pelas editoras, como o InDesign, podem estar com seus dias contados, já que a criação do eBook, no formato epub, precisa de outras especificações de softwares.
Mas, retornando ao lado positivo dessa transformação, vamos agora voar mais alto: o eBook ficional permitirá que a mesma estória seja contada por vários personagens, cada um dando sua versão narrativa própria, deixando para o leitor tirar suas próprias conclusões. Isso rompe com a visão que nós temos do livro formal e do narrador onisciente, que é o próprio autor.
É verdade que há livros narrados por um personagem. Mas a mesma estória em várias versões, do ponto de vista de vários personagens, são muito raras no livro em papel, pois não são práticas. No eBook, ao contrário, com um simples clique o leitor decide qual versão da estória ele lerá. Podendo, depois, ler as outras versões. Não é fantástico? Detalhe: isso praticamente não altera os custos, já que não há papel e tinta envolvidos no processo.
Que as pequenas editoras pensem nisso. Agora é o momento da democratização do livro.
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