- Senhores, benvindos ao nosso curso in company. Conforme informamos no nosso paper, vamos ter, pela manhã, uma reunião de brain storming, com um coffee break, depois um meeting entre os CEOs. O lunch será no restaurante Italian Food, que é bem próximo da nossa empresa. À tarde, teremos nosso workshop de marketing. Não se esqueçam de trazer os badges, que são necessários para ter acesso à meeting room.
Quantos de nós já nos deparamos com esse palavreado eivado de estrangeirismos ou, mais precisamente, anglicismos. Em certas regiões do Brasil, como São Paulo, palavras em inglês são consideradas de bom gosto, finas, na moda, etc. O sujeito abre uma academia e a batiza de "Body Fit". Ou faz uma liquidação e coloca, na vitrine, "50% OFF".
Não se vê muito esse comportamento no Nordeste, ou no Sul. É coisa mais frequente na região Sudeste, principalmente a cidade de São Paulo. A ponto de termos, por aqui, um restaurante italiano (veja bem, ITALIANO) chamado Italian Food (sic).
Trata-se de um sinal de subserviência, um colonialismo cultural que é inaceitável para aqueles que gostam de um português de qualidade. Nosso idioma é riquíssimo, enquanto que o inglês é uma língua pobre. Afinal, trata-se de um idioma originário de povos bárbaros e sem cultura. E alguns querem trocar palavras em português por termos em inglês!!
A questão é ainda mais séria, pois o uso de estrangeirismos produz, de fato, uma atitude de considerar que o outro povo, aquele mais "desenvolvido" (?) é superior e, por isso, se usa palavras extraídas do idioma do outro.
O ideal é usarmos o mínimo possível de estrangeirismos. Vá lá, não vamos fazer como os portugueses, que dizem "rato" ao invés de "mouse". Há palavras como essa, que já estão incorporadas à nossa cultura e não é razoável tentar extirpá-las. Mas termos como "meeting", "50% off", "lunch", "badge" e outras são absolutamente desnecessárias, já que há palavras em português - reunião, 50% de desconto, almoço, crachá - que podem ser usadas e funcionam perfeitamente nas frases em que as utilizamos.
Aliás, o parâmetro para o uso ou não de estrangeirismo é esse mesmo: quando há uma palavra em português que cabe perfeitamente na frase, deverá ser usada. O mouse deve ser chamado de mouse, pois rato é um mamífero da família dos roedores, e não uma ferramenta do computador. Por outro lado, "50% off" é absolutamente desnecessário.
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