domingo, 8 de julho de 2012

Lançar um livro - a evolução


A humanidade evoluiu muito em tecnologia no século 20, embora não tenha evoluído tanto assim em termos de civilidade e humanidade.

Para tomarmos consciência dessa evolução, vamos imaginar um autor de livro há 100 anos atrás. Ele tinha que escrever sua obra com papel e caneta. As canetas ainda eram caras, embora a ponta não fosse mais de rubi, como no século 19. Mas o pior é que a escrita em papel não segue a velocidade do pensamento.

Além disso, era preciso cuidar muito bem daquele calhamaço, pois ele era, como diz o ditado popular, "filho único de mãe viúva". Se fosse perdido, todo trabalho de meses - ou até anos - estaria perdido.

Mas o mais difícil não era escrever, era publicar. Era caríssimo publicar um livro, e as poucas editoras evitavam se arriscar com autores iniciantes. As tiragens eram limitadas e ler livros era um luxo para poucos.

Depois veio a caneta esferográfica e a máquina de escrever. Essas duas invenções tiveram um impacto enorme nos costumes. Muito mais pessoas passaram a escrever cartas, postais e livros.

Foi uma revolução. Mas a grande, gigantesca revolução veio com os computadores pessoais, os PCs. Agora era possível guardar cópias em disquete dos originais. Agora era possível escolher a fonte (tipo de letra) com a qual escrever o livro.

As ondas tecnológicas vieram mais rápidas depois do computador. Houve uma nova revolução, a internet. Surgiram os notebooks, netbooks, tablets, e-readers... ufa! Estamos bem supridos de tecnologia para escrever e publicar um livro.

Como a editora pode ajudar o autor

Publicar um livro envolve as seguintes etapas:

  1. revisão ortográfica e gramatical
  2. diagramação
  3. tratamento de imagens, se houver
  4. criação da capa
  5. registro na Biblioteca Nacional (em nome da Editora ou do autor)
  6. obtenção do código ISBN

A partir daí, caso se trate de livro em papel, é preciso escolher uma gráfica para imprimir ou, se for um livro digital (e-book) é preciso escolher a livraria ou portal que irá comercializá-lo. Sempre é bom lembrar que uma coisa não exclui a outra. É normal que os livros, atualmente, sejam publicados em papel e em formato digital.

Mesmo que o autor decida publicar seu livro de modo independente (sem o selo de uma editora), vale a pena utilizar os serviços que as editoras disponibilizam, justamente para executar as seis etapas descritas acima.

A vantagem de contratar uma editora está no fato de o autor contar com um serviço especializado, dando ao seu livro - mesmo um livro independente - um aspecto profissional que causa boa impressão no leitor.


terça-feira, 6 de março de 2012

As editoras não decifraram o eBook


Duas grandes revistas brasileiras são vendidas em formato eBook, para o iPad. Uma delas cobra R$ 3,99 por exemplar e outra R$ 4,99.

Esses preços são razoáveis? Façamos uma comparação: a revista Newsweek custa U$ 19,99 por UM ANO DE ASSINATURA. Parece até piada: R$ 4,99 por exemplar versus U$ 19,99 por UM ANO DE ASSINATURA.

As grandes editoras brasileiras odeiam o formato digital. Por isso, querem forçar o consumidor ao papel, como se fosse possível frear a revolução digital em curso. Esta é a oportunidade que as pequenas editoras precisam aproveitar. E até mesmo os autores independentes, caso as editoras - grandes e pequenas - continuem a fingir que as coisas continuam da mesma forma que eram no século passado.

Os preços do formato digital não podem estar baseados nos preços do formato em papel. Não é razoável pois o principal custo das publicações em papel está no próprio papel e na tinta. Eliminados estes dois, é possível reduzir dramaticamente os preços ao consumidor - como a Newsweek fez - e ganhar na quantidade.

Oferecer conteúdo digital por preços baixos é fundamental. Além de ser uma política mais inteligente do ponto de vista comercial, é uma atitude que permite acesso de mais camadas da população aos livros e revistas. Mas provavelmente nossos editores são elitistas demais para dar importância a isso.


quinta-feira, 1 de março de 2012

O poder de processamento dos tablets

Raspberry PI, o computador mais barato do mundo - página dessa imagem aqui

É certo que há coisas que só um computador de mesa pode fazer. Este blogueiro trabalha com programas de ambientação digital (CG) para criar imagens para livros. Mesmo num computador de mesa, algumas imagens demoram 70 ou 80 horas para serem renderizadas (1). Num notebook, mais ainda. Num netbook, quase impossível. Num tablet, totalmente impossível. Até porque esses programas só rodam em Windows, OS ou Linux. Não rodam em Android ou qualquer outro sistema operacional de tablets.

Os tablets foram feitos para atividades que exigem menos da máquina, como jogos, navegação na internet, receber e remeter e-mails, falar com outra pessoa pelo Skype, Gtalk ou msn, etc.

Então o computador de mesa (desktop) é hoje um computador de trabalho, embora os saudosistas como eu o usem para tudo. Enquanto que os tablets e eReaders são aparelhos mais ligados à diversão e descontração, e também aos estudos, já que eles podem armazenar uma enorme quantidade de livros.

Mas e o futuro? É inevitável que as máquinas fiquem cada vez menores e, ao mesmo tempo, mais potentes. Veja-se, por exemplo, o Raspberry PI, computador construído pela Fundação Raspberry PI - com apoio do Laboratório de Computação da Universidade de Cambridge. A versão mais simples custa U$ 25,00, e sua capacidade de processamento ultrapassa a maioria dos tablets.

Com a entrada da nanotecnologia na área de circuitos impressos, poderemos ter um computador potentíssimo que caberá no espaço de um botão de camisa.

Bom, agora, voltando ao presente, não se iluda achando que poderá abrir, num tablet, aquela planilha de 20 mb que você elaborou no notebook. Ainda não é possível. Também não se pode abir, no tablet, um programa como o Blender 3d ou o Vue 10 Complete (são os softwares que uso para criar imagens). Por outro lado, se você é da área administrativa, o tablet pode auxiliá-lo a guardar dados de clientes e funcionários, acessar e-mail - como dissemos antes - e elaborar textos. Pronto, lá se foi a separação de funções por água abaixo. O tablet, além da diversão e dos estudos, já começa a ser usado nos escritórios como ferramente de trabalho em certas áreas que, como mencionamos, não exigem grande capacidade de processamento ou memória.

(1) renderizar é gerar a imagem final de um programa de ambientação 3D.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O retorno

Imagem: jscreationzs / FreeDigitalPhotos.net
Este blogueiro foi obrigado a deixar este blog sem atualizações. Os afazeres profissionais se avolumaram. E isso é o resultado de um Brasil que cresce junto com a América Latina, enquanto a Europa experimenta o ocaso de seu poder e os EUA se equilibram à beira do abismo econômico.

Este momento é totalmente novo para os seres humanos que vivem hoje no Planeta. Mas é natural que o mundo mude e o poder troque de mãos. O Império Romano iria durar para sempre, na cabeça de alguns romanos. Mas foi extinto. Assim também a máquina de escrever seria a forma mais moderna de escrever um texto. Mas foi substituída pelo computador. Windows seria o sistema operacional definitivo para toda a eternidade. Mas o Android domina os tablets. E os tablets estão vendendo como água no deserto.

Os livros em papel também terão seu fim, talvez no final deste século, talvez antes. Mas temos muito tempo antes disso ocorrer.

Por ora, a venda de livros em papel talvez até cresça na América Latina, resultado do surgimento de uma nova classe média que, antes, estava fora da sociedade de consumo. Irônicamente, na Europa e EUA o movimento é o contrário: a classe média está se empobrecendo rapidamente.

Bem, o fato é que os clientes querem comprar da editora para a qual este blogueiro presta serviço. É um momento para as pequenas empresas crescerem.

Com a maior parte do serviço já entregue, posso voltar a escrever neste espaço.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Apple quer leitores e autores

Como já explicamos aqui, tablets são equipamentos que tÇem uma parte dos recursos que um computador tem: navegam na internet, recebem e-mails, tocam música, etc. Não tente editar uma planilha eletrônica um pouco mais complexa num tablet. Não dá. A tela é pequena, a memória é pequena. O tablet não tem essa capacidade.

Por outro lado, os eReaders têm praticamente apenas um talento: servem para a leitura de livros digitais, como seu nome já diz. Suas telas são em preto e branco, em geral sem iluminação. A vantagem deles é o preço bem menor (o Kindle, por exemplo, custa por volta de U$ 189,00). Mas a vantagem principal é o fato de que ler um livro num eReader é muito mais agradável do que num tablet. Os olhos não cansam, as letras são nítidas. Não é como ler na tela de um computador. É mais próximo da experiência de ler em papel. E sem ter que derrubar árvores.

Os tablets tentam atrair leitores de livros que usam os eReaders. Foi com esse espírito que a Apple lançou o
iBooks2, um aplicativo para livros didáticos que permite fazer anotações, grifar e ver conteúdo 3D.

A Apple também lançou um aplicativo que deixará muitos editores apavorados: trata-se do iBooks Author, que permite que o autor escreva um livro no próprio iPad, com conteúdo interativo, sem a necessidade de saber programação.

Um bom exemplo de livro com conteúdo interativo é este, do ambientalista estadunidense Al Gore.

Pode-se prever, no futuro, que todos os tablets e eReaders permitirão escrever textos com formatação, diagramação, contendo imagens, vídeos e sons, e que poderão ser salvos em formatos de eBook. Qual será o papel das editoras nesse futuro?


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A pirataria de eBooks



O site Revolução eBook publicou um artigo com o elucidativo título "É Fácil Ganhar com o Dinheiro dos Outros". Este artigo inclui algumas considerações sobre o que lá foi discutido.

A pirataria é um sério problema para músicos, autores de livros e também para o cinema.

O eBook ainda é, hoje, um livro sem papel. Mas este blog avalia que ele pode se transformar numa obra multimídia, que inclui texto, imagem, som e vídeo. Por um lado, isso abre amplas possibilidades que, certamente, encantarão o cliente - veja-se, por exemplo, o eBook do Al Gore, que abordamos aqui -e que, também, atiçarão a pirataria do eBook.

Nesse sentido, a arma que temos hoje para reduzir essa pirataria é a proteção criptográfica. Por exemplo, o DRM da Adobe, que reduz a pirataria pela adição de um código que impede a leitura do eBook em mais de que seis computadores. Por que seis? Digamos que três sejam do comprador - um de mesa e um tablet, e mais três sejam para outros usos. Dar a um amigo ou colocar o eBook no computador da empresa, por exemplo.

Também a Apple e a Amazon têm sistemas de proteção ao autor e às editoras.

A questão a considerar é que a pirataria, como diz o título do artigo do Revolução eBooks, é uma forma de ganhar com o trabalho dos outros. Ganhar dinheiro ou ganhar prestígio. Sites de pirataria de obras artísticas ou culturais lucram, direta ou indiretamente, com criações de outrem, que exigiram tempo, dinheiro e recursos materiais.

Um outro fator importante para reduzir a pirataria do eBook e torná-la desinteressante, através da redução drástica do preço dos eBooks. A Amazon, por exemplo, tem títulos por U$ 0,99. Esses títulos são menos pirateados, pois a maioria dos leitores prefere comprar o original.

É perfeitamente possível reduzir o preço dos eBooks para valores que são uma fração do preço do mesmo livro físico. Afinal, como já foi abordado aqui, o eBook dispensa um dos principais componentes do custo do livro, que é o papel. Mesmo sendo papel isento de impostos, ele é caro.

Além disso, não é só o custo físico do papel. Há o custo da gráfica para imprimir o livro. Não podemos esquecer da tinta, das impressoras, da mão-de-obra especializada que é exigida para a impressão. Assim, para as pequenas editoras, a impressão do livro representa 60% ou mais do custo. Por isso consideramos totalmente irreal o eBook custar quase o mesmo que o livro em papel.

O DRM e as outras formas de proteção do eBook contra a pirataria não são perfeitas. Elas precisam ser complementadas com a redução do preço do livro, desestimulando a cópia pirata.


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Tecnologia brasileira


Duas boas notícias para a tecnologia nacional. Uma é do início de 2011, mas passou despercebida pela mídia: o site Inovação Tecnológica nos informa que a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul desenvolve o primeiro chip (circuito integrado) projetado e implementado no Mato Grosso do Sul. A pesquisa, que tem apoio financeiro da Fapesp, está criando um chip que tem inovações tecnológicas que permitirão uma redução substancial de tamanho.

A segunda notícia é fresquinha, vem do site Brasil Maior e reproduzimo-la integralmente abaixo:

Primeiro chip brasileiro é lançado em parceria com a ABDI

O ano de 2011 foi bastante profícuo para a área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs) da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). Uma das atividades de destaque foi o desenvolvimento do primeiro chip brasileiro, em Minas Gerais, resultado do trabalho do GT de Semicondutores, composto pela ABDI, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), além do BNDES e Apex-Brasil, que tem como principal objetivo o desenvolvimento da indústria de semicondutores no Brasil.

A produção de um chip genuinamente brasileiro – o MGT10000 – pela Design House MinaSIC significa não apenas uma redução dos custos de montagem e de estoque, mas a substituição de componentes importados por outros que serão viabilizados pela implementação do chip. Isso possibilitará o desenvolvimento de sensores miniaturizados que hoje não podem ser alcançados devido ao tamanho da placa de circuito impresso convencional.

“Nesse sentido, a ABDI vem realizando ações de treinamento e capacitação das Design Houses brasileiras e os planos para 2012 são de implantar cursos de Desenvolvimento de Comportamento Empreendedor (Empretec), de Desenvolvimento Gerencial, Capacitação para Exportação e Venture Fórum”, explica Maria Luisa Machado Leal, diretora da ABDI.

A MinaSIC, localizada no Parque Científico e Tecnológico de Itajubá (MG), desenvolve projetos de circuitos integrados e sistemas para os mais diversos setores, como o automotivo, de automação industrial e biomédico. O circuito integrado de aplicação específica MGT10000 foi desenvolvido para atender às linhas de sensores fotoelétricos da empresa Sense. O chip passará ainda por um período de testes nos laboratórios da MinasIC e deverá entrar em produção comercial em 2012.
A produção nacional de tecnologia digital é um passo inadiável. Com isso, reduziremos os custos de computadores, smartphones e, claro, tablets e eReaders. Se tivermos preços baixos desses equipamentos e preços dentro do razoável para os eBooks, há todo um mercado imenso a nos aguardar.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O livro no Brasil

Pedro Herz, dono da livraria Cultura, deu entrevista ao jornal Folha de São Paulo. Nessa rápida conversa ele emitiu opiniões sobre vários temas: livro, eBook, Amazon, Google Books. Assista a entrevista e, abaixo, voltamos a conversar.


Pedro Herz declara que a vinda do Google Books e da Amazon ao Brasil é algo que ainda está "bastante cru". Diz ele que ninguém sabe ainda como será esse modelo.

O fato é que as duas gigantes não dão ponto sem nó. Com certeza elas sabem muito bem como será o modelo. A concorrência é que ainda não sabe. O fato é que a Amazon vende muito bem, tanto livros em papel como eBooks, e o modelo de negócios é bastante ágil. Falaremos mais dele neste blog.
Herz lembra que a vinda das duas empresas ao Brasil mostra que o livro não morreu. Sim, livros continuam vendendo bem, assim como livros digitais. Mas acho que ele se referiu, principalmente, ao livro em papel. No decorrer da entrevista percebe-se que ele não é simpático ao eBook, ou não acredita nele como negócio.

O dono da livraria Cultura menciona que a Amazon tem um sistema de remuneração do autor de maneira direta, e que isso no Brasil não poderá ser aplicado. Por que não? No Brasil, o autor terá que ser eternamente o que menos ganha com a obra? Não concordo. E acho que a melhor coisa que o formato eBook pode fazer é remunerar melhor o autor. A Amazon já faz isso ao incluir, em seu catálogo, autores independentes e pequenas editoras.

A Editora Sucesso tem um título (Agressividade Infantil) que é comercializado em formato eBook pela Amazon. De forma alguma a Amazon se arvorou em dona do livro. Ao contrário, as exigências dela são grandes no sentido de ter certeza de que nós, da Sucesso, temos todos os direitos sobre o livro para poder disponibilizá-lo no site da Amazon.
Os eReaders e tablets são caros? Bem, se pensarmos em termos de iPad e Galaxy Tab, são mesmo caros. Mas o Kindle, o eReader da Amazon, custa U$ 199,00. Existem, no mercado, tablets a partir de R$ 200,00. Sinceramente, a elite paulista precisa pensar para além dos muros com cerca elétrica do bairro do Morumbi ou dos prédios de luxo cercados de seguranças armados do bairro de Higienópolis.

Ainda não é possível ter uma grande vendagem de eBooks? Sim, é verdade. Mas será que isso não se deve à própria política ainda tímida das editoras, pequenas ou grandes?

O livro é caro no Brasil, é verdade. Mas esse preço alto não pode ser debitado a impostos, como no caso de outros produtos. Afinal, o papel usado para os livros é o chamado "papel imune", sobre o qual o ICM é zero. Além disso, como é possível que um livro em papel custe, digamos R$ 40,00, e o mesmo título, em formato digital, custe R$ 38,50? Com esses preços, é óbvio que os eBooks não venderão muito e, pior, serão pirateados. O preço de um eBook, na opinião deste blogueiro, deve ser, no máximo, de 20% do valor do mesmo título em papel. Então, se o livro em papel custa R$ 40,00, o eBook deveria custar, no máximo R$ 8,00. A Editora ganhará na quantidade.

Com a política absurda de preços de eBook nas livrarias brasileiras, as vendas continuarão mirradas.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Futebol no iPad (e não é videogame)


Não é videogame. É transmissão de campeonato mesmo.


O blog Jogo de Negócios nos informa que, na Inglaterra, haverá uma disputa pela transmissão ao vivo dos jogos Premier League para as temporadas de 2013 a 2016. Até aí, nenhuma novidade, pois são naturais essas disputas, inclusive no Brasil. Por exemplo, as Olimpíadas de 2016 terão transmissão exclusiva pela Rede Record, que ganhou a concorrência.

Só que, neste caso, é bem diferente. É a Apple que está na briga pelos direitos de transmissão. Ou seja, é a internet concorrendo diretamente com a televisão. A empresa quer os direitos completos de transmissão, não só na Apple TV, mas também para Ipads e Iphones e quaisquer outros dispositivos que venham a ser criados pela Apple.

Não é de hoje que a audiência da televisão concorre com a internet. Quanto mais a audiência da web aumenta, tanto mais o número de telespectadores diminui. Mas no caso em pauta, trata-se de concorrência direta.

Com o aumento da velocidade da internet, a transmissão de eventos ao vivo não ficará nada a dever às televisões convencionais (?), em termos de qualidade de imagem e de som.

Como este blog tem repetido aqui, a internet é a mídia de todas as mídias. E para a internet que convergirão a televisão, o rádio, os jornais e revistas, os livros, os telefones e a música. Esse episódio envolvendo uma concorrência direta é apenas a ponta do iceberg.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Os navegadores


As notícias do final de 2011 são a de que o navegador Google Chrome ultrapassou o Mozilla Firefox. E que os dois juntos somam mais internautas do que o velho Internet Explorer. Para muitos, isso soa como algo ininteligível. "O que é Google Chrome? O que é Mozilla?", perguntam, admirados, aqueles que não têm o traquejo da internet, dos computadores, enfim, do mundo digital.

O que ocorre é que os iniciantes não conseguem distinguir certas coisas claramente. Para eles, aquela letra e azul é simplesmente sinônimo de internet. Não percebem que o Internet Explorer é apenas um entre muitos "browsers", ou seja, programas usados para entrar nos sites. No Brasil esses programas receberam o simpático nome de "navegadores".

O Internet Explorer não tem recebido, da Microsoft, um tratamento cuidadoso. O navegador perde em velocidade e recursos para os dois citados. E, além do mais, o Mozilla Firefox e o Chrome tem ótimas versões para o sistema Android, presente em boa parte dos tablets. Como o tablet é o dispositivo que mais tem crescido nas vendas, o Firefox e o Chrome crescem junto.

Não é intenção deste artigo falar das particularidades de cada um dos navegadores. Até porque essas características vão mudando rapidamente, e o texto ficaria desatualizado. Mas, já que citamos o termo "desatualizado", fica aqui um testemunho de como as coisas ocorrem nos dias de hoje: este texto começou a ser escrito com uma versão do Firefox e, dois minutos depois, continuou a ser elaborado numa nova versão, mais atualizada. É a rapidez da internet.

Há também outros navegadores igualmente bons. Por exemplo, o Safari, da Apple, que tem uma versão para Windows. Não podemos deixar de citar o famoso Opera, muito eficiente em termos de velocidade. E há também o simpático e compacto SeaMonkey, forjado na Fundação Mozilla, assim como o Firefox.

É preciso abrir a mente para outras possibilidades além daquelas que já conhecemos. Experimente um dos navegadores citados aqui. Use o Libre Office ou o Open Office, ao invés do Microsoft Office. Dessa forma ficamos mais livres, evitando a dependência em relação aos softwares de sempre.

Endereços para baixar os navegadores citados:


Firefox: http://br.mozdev.org/
Chrome: https://www.google.com/chrome/index.html
Opera: http://www.opera.com/
Safari: http://www.apple.com/br/safari/
SeaMonkey: http://www.seamonkey-project.org/


sábado, 7 de janeiro de 2012

Em bom português - "a gente"

site dessa imagem
Criou-se, no Brasil, a expressão "a gente", que significa "nós". É uma gíria. Ao invés de dizer nós vamos ao teatro, ficou chic dizer a gente vai ao teatro. As pessoas acham que é mais descontraído, menos formal.

Essa expressão tornou-se tão usada que algumas pessoas praticamente não usam mais a primeira pessoa do plural (nós). Ficam o tempo todo dizendo "a gente vai fazer isso", "a gente está cansado", "a gente foi ao cinema", etc.

A palavra gente é feminina. Isso resulta em um erro adicional quando se diz "A gente está cansado". Ora, o certo, pela regra culta, seria dizer "A gente está cansada". Ou seja, erro induzindo a mais erro.

Essa forma de falar, usando "a gente", é muito feia, e dói nos ouvidos. Pior, está sendo usada também na linguagem escrita.

Há um agravante: é uma expressão que prejudica o entendimento do português por parte dos nossos vizinhos de idioma hispânico. Isso porque, em espanhol, a expressão "la gente" significa os outros. Portanto, se um brasileiro disse "a gente vai ao cinema", um argentino poderá entender que os outros vão ao cinema.

Já que estamos numa época em que as relações comerciais com nossos vizinhos estão se fortalecendo, seria bem melhor que evitássemos essa expressão empobrecedora. E mesmo que você não tenha nenhum contato com pessoas de idioma hispânico, também é de bom alvitre eliminar o "a gente" de sua vida.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Grupo Editorial Leya se despede de Portugal e migra para o Brasil


O Grupo Editorial Leya está deixando sua terra natal, Portugal. A decisão, obviamente, é resultado da gravíssima crise econômica que assola a Europa. Desemprego em alta, cortes de salários, recessão, empresas falindo. Há menos dinheiro para que o público português compre livros.

A Leya decidiu se transferir para o Brasil. Terá apenas 80 funcionários em Portugal e cerca de 700 no Brasil. Em Portugal, produzirá conteúdo digital, o qual pode ser vendido em todo o mundo com mais facilidade.

As decisões de negócios envolvem a frieza dos números. Portugal, que enfrenta forte desemprego, perderá mais estes postos de trabalho. O Brasil, cujo nível de emprego é o maior da década, ganhará postos de trabalho, diretos e indiretos, com a vinda da Leya.

Certamente o ano de 2012 será um dos melhores para o nosso país, com o nível de emprego crescendo e, portanto, mais dinheiro circulando na economia. Inclusive dinheiro para comprar livros e eBooks.

Devido a esse comportamento típico do capital, de sair de países em crise e aportar em regiões mais prósperas, o Brasil sairá ganhando. Esse comportamento é descrito no livro Marketing de Guerra, de Al Ries e Jack Trout (Editora McGraw-Hill). Os autores explicam que, na guerra, se houver uma frente de batalha que não avança, ou até recua, o General que estiver no comando corta o suprimento de combustível dessa frente e o remete para alguma outra que esteja avançando. Capitalismo é guerra. Assim, como resultado dessa lógica dura, o Brasil ganha mais uma editora.


quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A paixão dos brasileiros pela internet

Imagem: renjith krishnan / FreeDigitalPhotos.net
Nesta semana tivemos a confirmação de que, em 2011, o Brasil foi o país que mais cresceu em número de usuários do Facebook. Já estamos em quarto lugar no mundo.

O mesmo ocorreu com o Orkut. Criado pelo engenheiro Orkut Büyükkökten e sua equipe, o Orkut fez tanto sucesso que, em 2008, o Google transferiu a administração do Orkut para o Brasil, devido à quantidade de usuários brasileiros.

É neste enorme potencial que as editoras apostam ao lançar seus títulos em formato digital.

No entanto, para que este potencial se transforme em realidade no caixa das pequenas editoras, há que se acelerar o passo. Como já dissemos aqui, o eBook pode ser um caminho para que as pequenas editoras cheguem com mais força ao mercado, já que os custos de produção de um livro digital são bem menores do que os de um livro em papel.

Com o livro digital é possível reduzir o tempo entre a entrega do livro pelo autor e a finalização do trabalho da Editora, já que não se depende de uma gráfica.
A procura por eBooks está diretamente ligada à atração pela internet. O eBook é praticamente indissociável da web. Quanto mais familiriadade alguém tenha com a internet, tanto maior é a possibilidade de que essa pessoa se interesse em comprar um eBook. Aliás, já encontramos pessoas de todas as idades que dizem não ter mais paciência para ler em papel, que leem todos os livros em formato digital.

No entanto, como já afirmamos, o livro em papel não acabará. Pelo menos não nos próximos 50 anos. Uma coisa não exclui a outra. Tanto isso é verdade que, nos EUA, o país que ama novas tecnologias, está crescendo as vendas de discos de vinil (os LPs).

O ano de 2012 promete ser excelente para a economia brasileira. Terminamos 2011 com recorde de geração de empregos, recorde de vendas de automóveis e recorde de compras natalinas. O consumidor brasileiro está ávido por produtos de qualidade. Na área de eletrônicos, os tablets e eReaders (mais tablets do que eReaders) estão vendendo como água no deserto ao meio-dia (1). Que esses tablets sejam usados também para a leitura de bons livros.
_______________
 (1) Só para lembrar, aqui está o artigo no qual explicamos a diferença entre tablets e eReaders.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Publicar um livro


Ao andarmos por uma grande livraria, podemos imaginar: quanto trabalho está encerrado nestas prateleiras e displays! Cada página de cada livro custou trabalho para ser escrita, revisada, re-revisada, diagramada, corrigida, conferida, impressa, costurada, transportada e disposta nos mostruários.

Nos dias de hoje, o custo de publicar um livro caiu muito. E aqui falamos de custo humano e custo em dinheiro. Para começar, o material original não é mais entregue - salvo raras exceções - em papel, e sim num pendrive. Trabalho a menos. No passado, os "originais", como eram chamados, tinham que ser passados para a fotocomposição. Ou, mais remotamente, pela linotipia. Tudo muito penoso. Os que publicavam livros naquela época eram poucos. Havia que se ter recursos financeiros, prestígio junto aos editores e talento.

O talento continua necessário hoje. Não é fácil se destacar no mar de livros que povoa as livrarias. Mas não é mais necessário tanto dinheiro assim. Mesmo que o autor queira publicar seu livro de maneira independente, isto é, sem o selo de uma editora, ele encontrará um caminho relativamente fácil. Neste caso, da produção independente, a editora será apenas uma prestadora de serviços, mas a obra será produção do autor. O papel da editora se resumirá a:

- Revisão gramatical e ortográfica - para que o livro fique com uma linguagem impecável;

- Diagramação - Um livro tem que proporcionar uma experiência agradável de leitura. Isso é conseguido através de uma diagramação adequada.

- Capa - Para um autor independente, a capa do livro é uma de suas principais divulgações, já que ele, muitas vezes, não conta com a mídia ou com verba publicitária.

- ISBN - Muitos autores não sabem que mesmo um livro independente pode (e deve) ter seu ISBN e seu código de barras, o que facilita muito a abertura de pontos de venda.

E, claro, a impressão, que é a finalização de todo esse processo.

Então, prezado leitor, se você é um autor e tem o sonho de publicar seu livro, aproveite o bom momento da economia para fazê-lo.


segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Tablets e android ganham força



Duas notícias interessantes para avaliarmos:

1) O portal imprensa informa que os tablets representam 40% do tráfego de internet que não vem de PC. Essa é uma notícia boa para os fabricantes de tablets, mas não tão boa para os fabricantes de smartphones. Embora existam muito mais proprietários de telefones móveis com acesso à internet, esse acesso é tão precário, ainda hoje, que os tablets estão tomando o lugar que poderia ficar com os smartphones, o lugar de plataforma portátil preferencial para web. Ponto para tablets e eReaders.

O sistema operacional que liderou a pesquisa foi o IOS, da Apple, com 60,6%. O Android ficou em segundo, com 19,6%.

2) A outra notícia é boa para os fabricantes de tablets e outros aparelhos com sistema Android. O cenário dos tablets virou a favor do Android no campo de batalha dos smartphones. São mais de 700 mil smartphones com sistema Android vendidos por dia no mundo. O Android está avançando muito mais que os outros sistemas operacionais, tanto em tablets como nos smartphones, como este blog já imaginava. Essa estatística coloca o Android em quase metade dos smartphones (46,3%), seguido da Apple com 28,1% e a RIM, em queda, com apenas 17,2%.

O Windows se mantém firme como sistema operacional mais utilizado nos PCs E, como já dissemos aqui, o PC não vai morrer, contrariando a torcida. Há coisas que só um PC de mesa faz. Não é possível substituir um caminhão de carga de 12 toneladas por um Fiat Doblô. Mas o Fiat faz coisas que o caminhão não faz, como entrar numa rua estreita.

No entanto, o Android, que é uma versão do Linux, tem uma força irresistível e será, em breve, o sistema principal dos tablets e smartphones.

A diferença é que o Windows é uma marca proprietária, feita por uma única empresa. Enquanto que o Android é um sistema colaborativo, embora administrado pelo Google.