Caso real.
Certa vez, uma psicóloga escreveu um excelente livro sobre educação infantil. Escreveu porque tinha, dentro de si, conhecimentos, descobertas, carinhos e intuições que ela sentia que precisava compartilhar com o mundo.
O livro demorou dois anos para ficar pronto. A autora conseguiu um capista, um ilustrador. Aquele livro era uma parte dela mesma, um filho, o primeiro livro.
Terminada essa fase, a psicóloga estava feliz. Então, começou a procurar editoras para publicar seu trabalho. E ficou revoltada.
A primeira grande editora que ela consultou - editora essa que não existe mais - respondeu que, para publicar o livro, ela, autora, teria que pagar o correspondente, em dinheiro de hoje, a R$ 7.000,00. Era uma espécie de "taxa de adesão", explicou o representante da empresa.
O livro, então, seria publicado, numa edição de 1000 exemplares. A editora pagaria ao autor 7% correspondente aos direitos autorais. Só que esse pagamento seria feito em livros. Assim, os direitos autorais se converteriam em 70 livros entregues em casa pela editora.
Ora, com esses valores, seria como se o autor tivesse comprado seu próprio livro, por R$ 100,00 cada um!! Além do mais, a empresa se tornaria detentora dos direitos sobre o livro, decidindo quando e se publicá-lo.
Trata-se de um contrato draconiano, no qual a editora pode tudo e o autor é um mero estorvo no caminho.
A psicóloga procurou outras editoras. Algumas não se interessaram. Outras ofereceram mais ou menos o mesmo que a primeira, ou seja, o autor paga, a editora ganha.
Essa psicóloga resolveu a questão de uma maneira revolucionária: abriu uma editora, encontrou uma empresa gráfica com qualidade e preços bons, e publicou seu livro. Abriu um site, coisa que na época ainda era um exotismo que as pequenas empresas não faziam. Mandou press releases para veículos de comunicação, deu entrevistas.
Hoje essa editora é procurada por muitos autores que estão na mesma condição que ela vivenciou. A diferença é que a proprietária é uma autora e, sendo assim, trata com civilidade um possível parceiro. Ao invés de um contrato draconiano, uma parceria produtiva e vantajosa para ambos.
Muitos autores passam pela via-crucis descrita acima. As grandes editoras, hoje, são empresas preocupadas com lucro. E quem pode culpá-las? De outra forma, talvez não sobrevivessem.
As pequenas editoras também querem lucrar. Isso não é pecado. Mas elas ainda são dirigidas por livreiros (1), isto é, pessoas que são autores ou que, no mínimo, gostam de livros.
É isso que falta para as grandes. E é esse conflito que pode se resolver de maneira inesperada com o evento do eBook. Esse assunto continua no próximo artigo.
(1) livreiro não é só um vendedor de livros. Livreiro é alguém que conhece livros e gosta de livros.
A primeira grande editora que ela consultou - editora essa que não existe mais - respondeu que, para publicar o livro, ela, autora, teria que pagar o correspondente, em dinheiro de hoje, a R$ 7.000,00. Era uma espécie de "taxa de adesão", explicou o representante da empresa.
O livro, então, seria publicado, numa edição de 1000 exemplares. A editora pagaria ao autor 7% correspondente aos direitos autorais. Só que esse pagamento seria feito em livros. Assim, os direitos autorais se converteriam em 70 livros entregues em casa pela editora.
Ora, com esses valores, seria como se o autor tivesse comprado seu próprio livro, por R$ 100,00 cada um!! Além do mais, a empresa se tornaria detentora dos direitos sobre o livro, decidindo quando e se publicá-lo.
Trata-se de um contrato draconiano, no qual a editora pode tudo e o autor é um mero estorvo no caminho.
A psicóloga procurou outras editoras. Algumas não se interessaram. Outras ofereceram mais ou menos o mesmo que a primeira, ou seja, o autor paga, a editora ganha.
Essa psicóloga resolveu a questão de uma maneira revolucionária: abriu uma editora, encontrou uma empresa gráfica com qualidade e preços bons, e publicou seu livro. Abriu um site, coisa que na época ainda era um exotismo que as pequenas empresas não faziam. Mandou press releases para veículos de comunicação, deu entrevistas.
Hoje essa editora é procurada por muitos autores que estão na mesma condição que ela vivenciou. A diferença é que a proprietária é uma autora e, sendo assim, trata com civilidade um possível parceiro. Ao invés de um contrato draconiano, uma parceria produtiva e vantajosa para ambos.
Muitos autores passam pela via-crucis descrita acima. As grandes editoras, hoje, são empresas preocupadas com lucro. E quem pode culpá-las? De outra forma, talvez não sobrevivessem.
As pequenas editoras também querem lucrar. Isso não é pecado. Mas elas ainda são dirigidas por livreiros (1), isto é, pessoas que são autores ou que, no mínimo, gostam de livros.
É isso que falta para as grandes. E é esse conflito que pode se resolver de maneira inesperada com o evento do eBook. Esse assunto continua no próximo artigo.
(1) livreiro não é só um vendedor de livros. Livreiro é alguém que conhece livros e gosta de livros.
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