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O tablet Flyer, fabricado pela HTC, está chegando ao mercado americano. Mas ocorreu uma importante mudança: ele teve seu preço reduzido em US$ 200, após o lançamento do Kindle Fire, tablet da Amazon, cujo preço de US$ 199.
O Flyer passou de U$ 499,00 para U$ 299,00. Um preço realmente mais camarada.
Não é o primeiro caso de repentina queda de preços. Também o tablet Playbook, da BlackBerry, teve seu preço cortado em U$ 200,00 depois do lançamento do Kindle Fire.
Isso leva à inevitável pergunta: qual a margem de lucro dessas empresas? Queremos ver essas planilhas de custos.
Vêm-nos a mente a impactante matéria do jornalista Joel Silveira Leite, do UOL, mostrando que, no caso dos automóveis brasileiros, o que chamávamos de Custo Brasil é, na verdade, Lucro Brasil. Os impostos formam uma parte menor do preço. A grande responsável pelo preço do carro em nosso país é a ganância das montadoras. Um executivo da indústria automobilística, questionado pelo jornalista, não teve pudores de dizer que, se o consumidor paga, não há motivo para reduzir preços.
Pois então, que venha o Tata, indiano e o JAC chinês. Essas duas empresas pretendem instalar fábricas no Brasil, mesmo com a exigência do Governo de que 65% dos componentes sejam fabricadas aqui, para gerar empregos no Brasil. Aliás, na China exige-se 95% de fabricação nacional, e na Índia 90%. Portanto, 65% é pouco.
O fato é que dois modelos tiveram seus preços derrubados em U$ 200,00 por pressão da concorrência do Kindle Fire. Então, quando não há oligopólios (combinação de preços entre concorrentes) o consumidor sai ganhando.
Quanto ao preço dos eBooks, o que ainda ocorre é que as editoras, grandes e pequenas, estão cobrando pelo livro digital um preço absurdo, igual ou até maior do que o livro em papel, sendo que o custo de produção de um livro digital é uma pequena fração do livro em papel.
Os consumidores, mesmo sem ter acesso às planilhas de custos, sabem muito bem que não se pode cobrar R$ 28,00 por um eBook quando a versão em papel custa R$ 31,00.
Quando é que as editoras perceberão que eBook não é livro, é outro universo?
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