Já não leio nada em papel há muitos anos, aliás muitas décadas. Atualmente, estou lendo o Livro de Enoch, livro excluído do Velho Testamento pelo Concílio de Laodiceia. Estou lendo em meu kindle, o tablet de leitura da Amazon. Minha versão do kindle é a que não tem luz na tela. Se eu for, por exemplo, ler à noite, precisarei de um abajur ou luminária. Isso ajuda a não cansar a vista. Porém, mesmo no computador ou no celular, há formas de ler de maneira agradável: utilizando o modo noturno, isto é, colocando fundo escuro com letras brancas.
Mas será que a maioria já abandonou os livros em papel? Ainda não. Os jornais e revistas estão, sim, lentamente reduzindo suas tiragens. Os livros ainda contam com um fã-clube do papel, gente que gosta -- como eles dizem -- de sentir o cheiro do livro. Um detalhe interessante é que um grande contingente de jovens também pensa assim. Então, o livro em papel ainda tem um tempo de vida pela frente.
Porém, vamos enfrentar os fatos: um dia o papel vai acabar. Uma folha feita de fibras vegetais é algo muito primitivo. A informação, hoje, vem em bytes e bits. Arrisco a dizer que em 30 anos as publicações em papel não serão mais continuadas. Esse é um tempo longo, que deixa feliz aqueles que se recusam a largar seus livros em papel. E aqueles que, como eu, leem livros digitais, não se incomodam com os fãs do papel. Deixemos que eles saboreiem seus volumes.
Posso imaginar um futuro no qual os sebos se transformarão em verdadeiras confrarias, reunindo os adeptos daqueles velhos volumes, com páginas amareladas, com uma dedicatória de amor nas páginas iniciais.