sábado, 19 de novembro de 2011

A Apple e o mundo real


É preciso reconhecer que a Apple é uma empresa de sucesso. Ela faz produtos "exclusivos", para um público exclusivo.

Quando falamos do iPad, o tablet da Apple, falamos de sofisticação, design e qualidade. Mas há, na Apple, uma atitude de separatismo que pode levar a empresa a declinar num mundo em crise.

O isolacionismo da Apple foi abordado, nesta semana, numa matéria do Portal iG, com o título: Apple é uma das empresas mais fechadas do mundo. Um trecho da matéria:
Quem visita as maiores feiras de tecnologia do mundo, como a Consumer Electronics Show, realizada todo início de ano em Las Vegas (EUA), vê os lançamentos das maiores fabricantes de computadores, smartphones e tablets, mas sente falta de uma empresa. Apesar de haver estandes abarrotados de capas protetoras e acessórios para o iPhone e o iPad, a Apple nunca está presente na feira. Já as concorrentes, como a Samsung e a LG, usam essas grandes feiras como vitrines para seus principais lançamentos. Enquanto isso, a Apple apresenta seus produtos em poucos eventos, alguns deles em sua própria sede, em Cupertino (EUA).
Tudo na Apple é separado dos "outros". A ideia é manter os produtos da Apple no Olimpo dos desejos de consumo. Mas o risco é que eles ficam por lá mesmo, no Olimpo, enquanto as pessoas pensam: "O iPad é o máximo. Mas, por enquanto, vou comprar o Kindle Fire".

A empresa é de temperamento difícil até mesmo quando tem que se submeter às legislações dos países nos quais atua. Aqui no Brasil, na África do Sul e na Costa Rica a empresa não pode vender seus jogos, pois ela se recusa a aceitar a avaliação dos governos quanto à classificação indicativa desses jogos. A Apple quer fazer, ela mesma, essa classificação. Ou seja, ela quer ser um poder acima dos governos.

O fato do iPad usar um sistema "exclusivo" (outra vez essa palavra), ao invés do sistema universal Android, cria um muro entre o iPad e milhares de aplicativos para tablets disponíveis no mercado. Até mesmo a poderosa Amazon usa o Android em seu Kindle Fire.

Não é impossível ler, no iPad, livros eletrônicos baixados da web. Mas é difícil, requer um conhecimento que boa parte dos leitores de eBooks não têm. E nem querem ter. Tudo o que eles querem é ler o livro, ora bolas!

Então, repetimos vaticínio que já fizemos aqui: a Apple tem que tomar cuidado com tanta exclusividade. De tão exclusiva, a empresa pode perder as oportunidades que se apresentam a quem adota uma atitude INCLUSIVA.


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