Zero à esquerda
Antigamente, quando alguém queria dizer que uma pessoa era uma nulidade, dizia que "Fulano é um zero à esquerda". Essa expressão se baseava numa propriedade dos números que conhecemos como algarismos "arábicos" - na verdade, índicos - e do papel do algarismo zero.
Aliás, a invenção do algarismo zero foi uma revolução. Por um bom tempo, a Igreja proibiu o uso dessa notação aritmética, pois percebeu que com ela era muito fácil para o povo fazer cálculos. E povo que sabe fazer cálculos é um povo perigoso para os que querem controlá-lo e dominá-lo.
Mas voltando ao algarismo zero, ele é poderoso quando colocado à direita. Por exemplo, 1 com o 0 à direita torna-se 10. Mas zero à esquerda não vale nada. Tanto faz 1, 01, 001, 0001. Não importa quantos zeros coloquemos à esquerda do 1, ele continua sendo apenas o número 1. Por isso usava-se a expressão "zero à esquerda" para desqualificar uma pessoa.
Então, quando dissermos que o encontro será dia 5 de janeiro, não devemos colocar 05 de janeiro. É desnecessário, é deselegante, é feio. O zero à esquerda só deve ser usado quando tratar-se de preenchimento de formulários, em papel ou na internet. Nesse caso, vale colocar |05|01|2011|, pois o preenchimento eletrônico exige um número determinado de dígitos (dois dígitos para o dia e para o mês e quatro para o ano). Mas se for num texto, não tem cabimento.
Essa praga do zero à esquerda espalhou-se como fogo em mato seco. Tornou-se, infelizmente, um erro comum.
Em geral, os numerais devem ser colocados por extenso em texto corrido. "Somos em quatro irmãos", por exemplo. Quantias em dinheiro, por outro lado, são, em geral, expressas em numerais.
Já que estamos no assunto, NUNCA escreva hum. Hum está ERRADO. Lamentavelmente, essa grafia foi usada em cheques para evitar falsificações. Mas mesmo nesse caso é desnecessário, pois basta escrever em letras de forma no estilo caixa alta - todas em maiúsculas - para dificultar qualquer malfeito.
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