domingo, 8 de julho de 2012

Lançar um livro - a evolução


A humanidade evoluiu muito em tecnologia no século 20, embora não tenha evoluído tanto assim em termos de civilidade e humanidade.

Para tomarmos consciência dessa evolução, vamos imaginar um autor de livro há 100 anos atrás. Ele tinha que escrever sua obra com papel e caneta. As canetas ainda eram caras, embora a ponta não fosse mais de rubi, como no século 19. Mas o pior é que a escrita em papel não segue a velocidade do pensamento.

Além disso, era preciso cuidar muito bem daquele calhamaço, pois ele era, como diz o ditado popular, "filho único de mãe viúva". Se fosse perdido, todo trabalho de meses - ou até anos - estaria perdido.

Mas o mais difícil não era escrever, era publicar. Era caríssimo publicar um livro, e as poucas editoras evitavam se arriscar com autores iniciantes. As tiragens eram limitadas e ler livros era um luxo para poucos.

Depois veio a caneta esferográfica e a máquina de escrever. Essas duas invenções tiveram um impacto enorme nos costumes. Muito mais pessoas passaram a escrever cartas, postais e livros.

Foi uma revolução. Mas a grande, gigantesca revolução veio com os computadores pessoais, os PCs. Agora era possível guardar cópias em disquete dos originais. Agora era possível escolher a fonte (tipo de letra) com a qual escrever o livro.

As ondas tecnológicas vieram mais rápidas depois do computador. Houve uma nova revolução, a internet. Surgiram os notebooks, netbooks, tablets, e-readers... ufa! Estamos bem supridos de tecnologia para escrever e publicar um livro.

Como a editora pode ajudar o autor

Publicar um livro envolve as seguintes etapas:

  1. revisão ortográfica e gramatical
  2. diagramação
  3. tratamento de imagens, se houver
  4. criação da capa
  5. registro na Biblioteca Nacional (em nome da Editora ou do autor)
  6. obtenção do código ISBN

A partir daí, caso se trate de livro em papel, é preciso escolher uma gráfica para imprimir ou, se for um livro digital (e-book) é preciso escolher a livraria ou portal que irá comercializá-lo. Sempre é bom lembrar que uma coisa não exclui a outra. É normal que os livros, atualmente, sejam publicados em papel e em formato digital.

Mesmo que o autor decida publicar seu livro de modo independente (sem o selo de uma editora), vale a pena utilizar os serviços que as editoras disponibilizam, justamente para executar as seis etapas descritas acima.

A vantagem de contratar uma editora está no fato de o autor contar com um serviço especializado, dando ao seu livro - mesmo um livro independente - um aspecto profissional que causa boa impressão no leitor.


terça-feira, 6 de março de 2012

As editoras não decifraram o eBook


Duas grandes revistas brasileiras são vendidas em formato eBook, para o iPad. Uma delas cobra R$ 3,99 por exemplar e outra R$ 4,99.

Esses preços são razoáveis? Façamos uma comparação: a revista Newsweek custa U$ 19,99 por UM ANO DE ASSINATURA. Parece até piada: R$ 4,99 por exemplar versus U$ 19,99 por UM ANO DE ASSINATURA.

As grandes editoras brasileiras odeiam o formato digital. Por isso, querem forçar o consumidor ao papel, como se fosse possível frear a revolução digital em curso. Esta é a oportunidade que as pequenas editoras precisam aproveitar. E até mesmo os autores independentes, caso as editoras - grandes e pequenas - continuem a fingir que as coisas continuam da mesma forma que eram no século passado.

Os preços do formato digital não podem estar baseados nos preços do formato em papel. Não é razoável pois o principal custo das publicações em papel está no próprio papel e na tinta. Eliminados estes dois, é possível reduzir dramaticamente os preços ao consumidor - como a Newsweek fez - e ganhar na quantidade.

Oferecer conteúdo digital por preços baixos é fundamental. Além de ser uma política mais inteligente do ponto de vista comercial, é uma atitude que permite acesso de mais camadas da população aos livros e revistas. Mas provavelmente nossos editores são elitistas demais para dar importância a isso.