quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Os autores nacionais

Complexo de vira-latas no mundo dos livros


Muito se fala do chamado complexo de vira-latas do brasileiro. Essa expressão foi criada pelo dramaturgo e escritor Nelson Rodrigues, e caiu como uma carapuça naquelas pessoas que acham que só o que é bom é o que vem de fora.

Tempos atrás, no auge da era Harry Potter, um autor brasileiro, com mais de 10 livros publicados, com um público cativo, tentou, em várias livrarias, colocar algum cartaz ou propaganda de seu novo livro. As livrarias se recusaram. Não era possível. Não havia espaço. Quando ele argumentou que havia espaço para colocar caldeirões de Harry Potter nos corredores da livraria,  e cartazes do livro O Senhor dos Aneis pendurados por toda a loja, os gerentes das livrarias respondiam algo como:

- Ah, mas é o Harry Potter, né?

Para o Harry Potter, que vem da Europa, há espaço de sobra. Mas um autor brasileiro, com venda garantida, não pode contar com isso. Para romper esse bloqueio, é preciso ser um Jô Soares, um Paulo Coelho, ou então algum artista. Mesmo assim, eles não têm o destaque que os livros vindos de fora têm.


Este blogueiro não tem nada contra Harry Potter. Ao contrário, gosto muito da série, que revela, entre outras coisas, os meandros das relações humanas, mormente as relações entre o professor e o aprendiz. Gosto muito do Senhor dos Aneis, um livro que conseguiu condensar boa parte da mitologia nórdica, o que não é pouca coisa.

Mas gostaria de ver os autores brasileiros tratados com a mesma deferência dos estrangeiros. Algumas livrarias nos dão a nítida impressão que priorizam os romances vindos da Europa ou dos EUA, mesmo que sejam de baixa qualidade.

É impressionante como ainda temos esse complexo de vira-latas, mesmo com o Brasil sendo respeitado e admirado em todo o mundo, enquanto a Europa naufraga em dívidas. É hora de eliminarmos esse cacoete do passado. Somos uma das nações mais poderosas do mundo. Somos o terceiro país do mundo em acesso à internet, à frente da Alemanha e atrás apenas da China e dos EUA. Enquanto a Europa vai de pires na mão ao FMI, o Brasil se dá ao luxo de fazer duras exigências para autorizar empresas a se instalar em nosso país.

Esperemos que o eBook democratize mais o acesso dos autores brasileiros ao público leitor. Ao que parece, isso tem todas as chances de acontecer. O próximo Natal será, no dizer de alguns, "o Natal dos tablets". Os preços desses computadores ultra-portáteis estão caindo, ainda mais agora com a redução de impostos.

A Europa e os EUA vivem uma crise econômica muito grave. Essa crise, certamente, se refletirá numa crise de criatividade. Teremos menos autores estrangeiros lançando obras com uma megaestrutura de apoio logístico e de marketing. Até nos filmes sentiremos isso. Este ano não tivemos James Bond!! Pura falta de recursos.

Como dizem os chineses, crise é oportunidade. Que esta dificuldade da Europa e dos EUA sejam uma porta aberta para os autores brasileiros ganharem espaço nos corredores das livrarias brasileiras.


terça-feira, 1 de novembro de 2011

Software da semana - Firefox

Mozzila Firefox - rompendo paradigmas


Ícone do navegador Firefox
Firefox mordendo o Internet Explorer,
uma imagem bem-humorada que circula na net

Havia uma dificuldade inicial para quem se propõe a conhecer o sistema operacional Linux: eram os paradigmas estabelecidos pelo sistema operacional dominante. Um exemplo: para quem não tem experiência com computadores, aquela letra e azul era sinônimo de internet, e não o ícone de um navegador específico, de uma empresa específica. No Linux, não há Internet Explorer. Nesse sistema operacional, usa-se outros navegadores, bem melhores, como o Firefox.

Hoje, mesmo para quem usa o Windows, os horizontes se abriram. As pessoas já sabem que têm mais opções, pois estão mais informadas. Na Europa, no início deste ano, a empresa StatCounter emitiu relatório informando que o Firefox é o navegador mais usado no Velho Continente, superando o Internet Explorer.

Na estatística mundial, o IE ainda está na frente, com 46,9% de participação, seguido por Firefox com 30,7%, Chrome (14,8%), Safari (4,79%) e Opera (2,07%). No Brasil, o IE lidera, com 46,86%, e é seguido pelo Firefox e pelo Google Chrome, com cerca de 26% cada um. Safari e Opera aparecem, respectivamente, apenas com 0,69% e 0,53% da preferência.

Por que experimentar outros navegadores se meu computador já veio com o IE?

Em geral, as pessoas que compram seu primeiro computador usam o IE simplesmente porque ele vem junto com o Windows. Aliás, isso ocorreu, originalmente, porque a Microsoft fez uma guerra desleal contra o saudoso navegador Netscape, da empresa Netscape Communications Corporation. Aliás, precisamos dar crédito a quem o merece: a Netscape desenvolveu o protocolo Secure Sockets Layer (SSL) para garantir a comunicação on-line, que ainda é amplamente utilizada, bem como JavaScript, a linguagem mais utilizada para certos tipos de scripts de páginas web.

Mas hoje, o monopólio de navegação está terminado. Se entrarmos no site de downloads Baixaki, e escolhermos a opção navegadores, teremos uma lista de várias páginas, que inclui o Firefox, Chrome, Opera, Safari, Orca, SeaMonkey, e muitos outros, dezenas deles.

Os navegadores disponíveis são todos gratuitos. Cada um tem sua particularidade. O Firefox foi dos primeiros (senão o primeiro) que utilizou o prático sistema de abas. Mas o principal atrativo é que, com ele, o internauta está no controle. O Firefox permite, facilmente, alterar TODAS as opções de navegação, registro de histórico, preferências, etc.

Então, se você ainda está preso ao IE, experimente um mundo novo lá fora, com o Firefox.
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PS.: esta matéria foi motivada por uma ajuda que prestei a uma amiga. Ela precisava acessar um site de órgão público que gravaria determinados arquivos em seu computador. O IE simplesmente se recusava a fazer o serviço. Com o Firefox, o problema foi resolvido em 2 minutos.