domingo, 11 de setembro de 2011

Fórum

O tablet na cabeça da moçada

eBook ou Facebook?


O gerenciador deste site/blog conversou com um professor universitário, dirigente de uma grande instituição de ensino superior. O assunto foi a febre dos tablets. Concordamos que é impressionante a velocidade com que os tablets estão se popularizando. No entanto, ele colocou em dúvida o lugar que o tablet ocupa na mente do consumidor. Nosso interlocutor observou que muitos jovens usam o tablet como se fosse um netbook e não leem eBooks. Preferem entrar no Facebook, Twitter, mandar e receber emails.

O Facebook cresceu 258% no Brasil em 2010 e continua crescendo aceleradamente. Talvez isso tenha relação com a venda de tablets. Aliás, a venda de computadores de mesa começa a desacelerar e perder espaço para os netbooks, notebooks e tablets.

Segundo o excelente site de notícias Teletime, "as vendas de tablets no Brasil devem alcançar a casa das 450 mil unidades neste ano, considerando tanto os equipamentos comercializados por varejistas e operadoras quanto os provenientes do chamado mercado cinza, de acordo com projeção da IDC. O número representa uma expansão superior a quatro vezes na comparação com os 100 mil aparelhos entregues em 2010. Para 2012, a expectativa da consultoria é que a quantidade de tablets vendidos no país mais do que dobre, saltando para cerca 1 milhão de aparelhos". Boa parte desses tablets vendidos são os mais baratos, com preços na faixa de R$ 150,00 a R$ 400,00, que utilizam o sistema Android.


Nesse contingente de compradores inclui-se a chamada classe média emergente, que anseia por inserir-se nesse fascinante mundo da internet e das comunicações. Mas também a classe média "tradicional". Nem uma nem outra tem o hábito de leitura de livros, como de resto os brasileiros não tem, embora tenham o hábito de ler uma enorme quantidade de revistas e jornais (assunto para matéria neste espaço em breve).


Não podemos culpar a classe média emergente por não ter o hábito de ler livros. Nem tampouco a classe média "tradicional". O que precisamos é estimular os jovens de todas as classes à leitura de livros, que não pode se confundir com a leitura de revistas e jornais. Estes, com todo respeito, são veículos superficiais, com um português sofrível e uma abordagem rasa dos assuntos dos quais tratam em suas páginas descartáveis.


Mas como estimular os jovens a ler se um livro de 150 páginas custa R$ 45,00, apesar da renúncia fiscal quase total que se mantém há décadas sobre o produto chamado livro? Aliás, por que esse preço tão alto se o imposto sobre os livros é praticamente zero? Será verdade o que se lê na mídia, que o chamado "custo Brasil" é, na verdade, "lucro Brasil", fruto da ganância de empresários irresponsáveis?


Seja qual for o motivo dos altos preços dos livros em nosso país, o fato é que o eBook veio para ficar. Os que ainda produzem livros em papel que tratem de baixar drasticamente os preços, pois o eBook tem um custo de produção que é uma pequena fração do custo de se produzir um livro.


É justamente no baixo custo do eBook que reside uma de suas maiores vantagens. O site da Amazon comercializa eBooks a preços como U$ 0,99, U$ 1,99, etc. Isso ainda assusta as grandes redes brasileiras de livros. Elas preferem preços bem próximos do preço do livro em papel. Mas isso é uma atitude irrealista. Aí está uma oportunidade para as pequenas editoras tomarem o mercado das grandes.


Se os jovens proprietários de tablets encontrarem eBooks a preços razoáveis, certamente poderemos ampliar enormemente a porcentagem de brasileiros que lerão livros com regularidade.

2 comentários:

  1. Concordo plenamente. Só que acho que as escolas têm que estimular mais a leitura de livros. Assim como os pais.
    Na escola, os livros recebidos do governo federal precisam ser explorados totalmente, não como uma tarefa chata, mas prazerosa, na qual haja leitura, música, teatro, colagens, desenhos, diversas atividades ligadas ao tema do livro em destaque no mês.
    Professoras, vamos dar uma força para a leitura, fundamental para o desenvolvimento global do ser humano.

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  2. E mais... Biblioteca não é depósito de papel inservível. È fonte de conhecimento e sabedoria.
    Que tal levar os alunos lá de vez em quando para que possam se divertir tomando contato com os livros?

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